Como já postei anteriormente, gosto muito do futebol africano e não poderia deixar de incluir nessa série a surpreendente seleção nigeriana de 1994. A Nigéria chegou aos Estados Unidos com expectativa e euforia, pois apesar de ser a sua 1ª participação em Mundiais, a equipe chegou credenciada pela conquista da Copa Africana de Nações. A equipe já estava entrosada, tinha atletas que jogavam no futebol
europeu (Yekini, Okocha, Oliseh e Amokachi) e obedecia a um padrão de
jogo que priorizava o toque de bola rápido e a velocidade nos ataques e
contra-ataques. O grupo da Nigéria na Copa do Mundo de 1994 não era muito agradável,
afinal, os africanos teriam pela frente a Bulgária de Stoichkov, a
Argentina de Batistuta e Redondo e a Grécia, esta a mais fraca da chave.
Na época, os quatro melhores terceiros colocados garantiriam vaga nas
oitavas de final juntamente com os dois primeiros de cada grupo. A
Nigéria se apegava exatamente a uma das vagas destinadas aos terceiros
colocados, mas ao término da primeira fase as pretensões foram mais do
que superadas. Logo na estreia, os nigerianos encararam os búlgaros,
francos favoritos para o duelo disputado no estádio Cotton Bowl. Com
apenas 21 minutos, os africanos mostraram ao mundo que não seriam meros
espectadores naquele Grupo D e abriram o placar com Yekini, artilheiro
do time. Aos 43´, Yekini cruzou rasteiro para a área, Amokachi ganhou a
dividida com o zagueiro, driblou o goleiro e marcou o segundo. Na
segunda etapa, o técnico Westerhof manteve a pegada rápida do time e
Amuneke, de peixinho, fez o terceiro gol africano com apenas dez
minutos. Foi o golpe de misericórdia e a melhor estreia possível para a
Nigéria: 3 a 0. A vitória encheu os águias de moral, que foram sem medo para o segundo
jogo, contra a temida Argentina. Com oito minutos, os nigerianos
roubaram a bola dos argentinos no meio de campo e deram uma aula de
contra-ataque. Yekini avançou pelo meio, driblou lindamente seu marcador
e deixou com Siasia. O meia tocou entre as pernas de Simeone, cortou
para a direita e encobriu o goleiro Islas com muita categoria. Golaço!
Mas os argentinos, ainda com Maradona, conseguiram a virada exatamente
após duas jogadas de Dieguito, que deu dois gols de presente para
Caniggia. A derrota por 2 a 1 não foi lá tão ruim para os africanos, que
teriam apenas que derrotar a Grécia para se classificar. Dito e feito,
Finidi George e Amokachi anotaram os gols do triunfo por 2 a 0 sobre os
fracos gregos. A Nigéria, surpreendentemente, conseguiu a classificação
em primeiro lugar no grupo, deixando a Bulgária em segundo e a toda
poderosa Argentina apenas na terceira posição (os Hermanos avançaram
como os primeiros melhores terceiros colocados). Nas oitavas de final, a falta de experiência e malícia minou as
esperanças alviverdes de repetirem o feito dos rivais camaroneses na
Copa de 1990 e alcançarem uma vaga nas quartas. Contra os italianos, a
Nigéria dominou a partida, fez 1 a 0 com Amuneke aos 25´do primeiro
tempo e teve um jogador a mais durante os quinze minutos finais do
segundo tempo. Com toques de bola envolventes, parecia que a
classificação africana estava mais do que assegurada. No entanto, em
duas bobeadas da zaga, o craque Roberto Baggio sepultou as pretensões
dos águias. Aos 43´do segundo tempo, o atacante aproveitou a sobra na
área e empatou o jogo, que foi para a prorrogação. Nela, Benarrivo
sofreu pênalti bobo no primeiro tempo e Baggio marcou o gol da virada e
da classificação italiana. Era o fim da Copa para a Nigéria, mas o
início de grandes celebrações por parte da torcida nigeriana, que
recebeu seus jogadores com muita festa na volta pra casa. Curiosidade: O atacante Rashid Yekini foi protagonista de uma das cenas mais belas do Mundial dos
Estados Unidos: ao marcar o 1º gol da Nigéria em Mundiais, chorou copiosamente agarrado às redes.
Fonte: Site Imortais do Futebol
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